Fé e Esperança
Nas últimas colunas venho enfatizando não só a importância da coragem para continuarmos com os nossos negócios no segmento de alimentação fora do lar como também nos mantermos perseverantes para lidarmos com os dilemas e angústias das nossas próprias vidas pessoais nestes tempos tão difíceis.
Nos últimos 15 dias, passei por uma situação que remete bastante a essas duas perspectivas. Meu pai, com 89 anos, e minha mãe, com 82, ambos com idade já avançada e algumas comorbidades, foram infectados pela Covid-19. Os dois já tinham tomado a primeira dose da vacina.
Ele, felizmente, teve poucos sintomas. Ela, porém, enfrentou duas internações e uma série de intercorrências, que desafiaram a minha capacidade de resiliência e coragem. Durante todo esse período exercitei ao máximo a fé na única certeza de que Deus teria o melhor desfecho para o cenário que se apresentava. Ao mesmo tempo, mantive a esperança de que se eles passassem pela doença, (como felizmente passaram), continuaria fornecendo a ambos toda a qualidade de vida que merecem.
Todos esses fatos que ocorreram na minha vida pessoal nos últimos dias me fizeram refletir sobre algumas questões, entre elas as profissionais. Ao longo desse primeiro ano de pandemia, tenho visto muitos estabelecimentos receosos com medo de fraquejar, quebrar, não resistir, o que é normal, já que diante das turbulências, infelizmente, temos que lidar com a possibilidade do término. As inconstâncias escancaram a fragilidade da vida.
Entretanto, apesar de todas as adversidades, perder a fé é uma hipótese que jamais deve ser considerada. Jamais. Que fique bem claro: a fé está desvinculada de religião, crenças ou costumes. É aquilo que os nossos olhos não veem, que a ciência não é capaz de explicar, mas nós sentimos, percebemos, vivenciamos. Nas horas em que tudo parece tão vulnerável, a fé, essa palavra minúscula, talvez a menor do dicionário, ganha proporções tão gigantescas, que sequer conseguimos medi-las.
Por isso, movido pela fé, a mesma que tive na recuperação dos meus pais, peço para você acreditar na continuidade dos seus propósitos. É claro que as duas situações são distintas, mas entrelaçadas por esse precioso ato de acreditar.
Mesmo se você tiver fé e precisar parar o barco para não enfrentar um mar agitado, não se julgue como um fracassado. Nesses momentos é importante não perder a esperança de retomar quando a calmaria pairar no horizonte, afinal não há noite longa que jamais encontre um dia.
A fé e a esperança devem ser os nossos mantras do dia a dia. Acho que esses são os maiores ensinamentos da pandemia que levaremos para a vida. Eu aprendi bastante sobre elas nesses últimos tempos e espero continuar vivendo para aprender a cada amanhecer, sempre mais e mais. E você, tem exercitado sua fé e esperança?